People Analytics: como utilizar dados na gestão de pessoas?

A pressão por decisões mais estratégicas no RH está aumentando. Mas como avançar no uso de dados sem comprometer a privacidade dos colaboradores? Prova disso é que People Analytics já é apontado como um dos principais desafios por 5% das empresas.

Com mais informações disponíveis sobre desempenho, engajamento e comportamento, cresce também a responsabilidade sobre como esses dados são utilizados. A chave está em aplicar análises com critério, respeito e alinhamento aos objetivos da organização.

Este artigo explica o que é People Analytics, por que essa prática é relevante e como colocá-la em ação com segurança e eficiência. Veja as etapas, os benefícios e as ferramentas que tornam a gestão de pessoas mais estratégica.

People analytics: o que é​ e qual a importância?

People Analytics é uma abordagem baseada em dados que apoia a tomada de decisões na gestão de pessoas.

Ele envolve a coleta, o tratamento e a análise de informações sobre colaboradores para orientar ações mais eficazes em temas como desempenho, engajamento, retenção e desenvolvimento.

Sua principal importância está na capacidade de transformar percepções em evidências. Com dados organizados, o RH reduz incertezas, identifica padrões e antecipa comportamentos, aumentando a precisão e a velocidade das decisões.

Para tornar isso possível, o uso de softwares voltados para People Analytics, integrados aos sistemas da área, garante consistência nas análises e agilidade nas entregas. 

Esse avanço posiciona o RH People como agente estratégico, com maior poder de influência nas decisões que impactam o negócio.

Etapas do People Analytics

Para gerar valor real com dados, o People Analytics precisa seguir etapas bem definidas. Cada fase contribui para transformar informações dispersas em decisões precisas e acionáveis. 

A seguir, veja as principais etapas para estruturar essa prática com eficiência:

Coleta de Dados

Tudo começa com a obtenção de informações relevantes, como dados registrados em sistemas de RH, resultados de pesquisas de clima, avaliações de desempenho e indicadores operacionais. A diversidade de fontes amplia a base de análise e enriquece os resultados.

Organização e Tratamento

Após a coleta, os dados precisam ser organizados e limpos. Essa etapa elimina inconsistências, padroniza formatos e prepara as informações para análises mais precisas. Um bom tratamento evita distorções e melhora a qualidade dos insights.

Análise

Com os dados estruturados, entram em cena as ferramentas analíticas. Técnicas estatísticas e modelos computacionais ajudam a identificar padrões, correlações e tendências. A análise é o ponto em que os dados começam a revelar comportamentos e riscos.

Modelagem e Previsão

Na etapa de modelagem, são desenvolvidos modelos que antecipam comportamentos futuros. É possível, por exemplo, prever a probabilidade de desligamento, o impacto de uma mudança de liderança ou o engajamento de um time em determinada fase do ciclo organizacional.

Tomada de Decisão

A última etapa transforma os insights em ações. Os resultados da análise orientam decisões práticas em áreas como retenção, desenvolvimento, estrutura organizacional e alocação de recursos. O objetivo é gerar impacto real e mensurável na gestão de pessoas.

Benefícios do People Analytics

Com base em dados confiáveis, a gestão de pessoas ganha agilidade, clareza e mais capacidade de antecipar riscos. 

Não à toa, 8% das empresas indicaram o People Analytics como prioridade para 2025, segundo relatório Tendências em Gestão de Pessoas, da Great People, em parceria com a GPTW. 

Veja os principais benefícios dessa prática nas rotinas do RH:

• Redução de incertezas: decisões são baseadas em dados concretos, e não apenas em percepções ou experiências individuais;
• Antecipação de riscos: análises permitem prever desligamentos, quedas de desempenho ou problemas de clima organizacional antes que se tornem críticos;
• Melhoria na alocação de recursos: o direcionamento de investimentos em treinamento, benefícios ou estrutura é feito com mais precisão;
• Maior eficiência operacional: processos são otimizados com base em indicadores reais, reduzindo retrabalho e desperdício;
• Fortalecimento do papel estratégico do RH: com dados em mãos, a área passa a influenciar diretamente decisões de negócio;
• Transparência e justiça nas decisões: critérios mais claros e consistentes reduzem vieses e aumentam a confiança dos colaboradores.

Ferramentas e tecnologias para People Analytics

A tecnologia é o pilar que sustenta a aplicação do People Analytics. Sem ferramentas adequadas, o acesso, o cruzamento e a interpretação dos dados tornam-se inviáveis. A seguir, veja os recursos mais utilizados para viabilizar essa prática nas organizações:

Sistemas de ERP com módulos de RH.

Esses sistemas funcionam como base para a consolidação de dados da área de gestão de pessoas. Reúnem informações operacionais e estratégicas em um único ambiente, facilitando a geração de indicadores. 

O People by StarSoft, por exemplo, oferece integração nativa entre módulos de RH e recursos de People Analytics, permitindo que os dados fluam com consistência e estejam prontos para análise.

Softwares de Business Intelligence (BI).

As ferramentas de BI viabilizam a leitura visual dos dados por meio de relatórios dinâmicos e dashboards personalizados. 

Com esse tipo de solução, o RH acompanha métricas como absenteísmo, turnover e engajamento com mais clareza e agilidade. Assim, a análise se torna mais acessível, com comparações e variações visíveis em tempo real.

Plataformas de análise de dados e dashboards interativos.

Voltadas ao tratamento e cruzamento de dados mais complexos, essas plataformas permitem modelagem, segmentações e análises preditivas. Inclusive, algumas já usam Inteligência Artificial para identificar padrões e sugerir ações automáticas. 

Mesmo com esse avanço, apenas 14% dos profissionais de RH usam IA em People Analytics, segundo a pesquisa “Transformação Digital do RH”, realizada pela Think Work e divulgada na Revista Você RH.

Integração com outras ferramentas de gestão de pessoas

Para garantir a profundidade e a consistência das análises, é fundamental integrar os sistemas de folha, ponto, recrutamento, desempenho e clima organizacional. 

Essa conexão permite uma visão mais ampla da jornada do colaborador e qualifica as percepções geradas, evitando decisões baseadas em dados isolados.

Perguntas frequentes sobre People Analytics

Mesmo com os avanços em tecnologia e dados, muitas empresas ainda enfrentam incertezas sobre como aplicar o People Analytics de forma prática. 

Na sequência, respondemos dúvidas que ainda geram barreiras na implementação e no uso estratégico dessa abordagem.

Qual a diferença entre People Analytics e RH tradicional?

Enquanto o RH tradicional se apoia em experiências, percepções e rotinas operacionais, o People Analytics baseia decisões em dados estruturados. A prática traz mais precisão para identificar problemas, prever comportamentos e propor soluções com impacto mensurável.

Como o People Analytics pode ajudar na redução de turnover?

Com a análise de dados sobre desligamentos, engajamento, clima e feedbacks, é possível identificar fatores que antecedem a saída de colaboradores. A partir desses sinais, o RH pode agir preventivamente com ações direcionadas para retenção e melhoria da experiência.

Quais são os principais desafios na implementação de People Analytics?

Os obstáculos mais citados incluem falta de integração entre sistemas, dificuldade de acesso a dados confiáveis, limitação técnica da equipe e receio sobre privacidade e ética no uso das informações. Superar essas barreiras exige apoio da liderança, capacitação e tecnologia adequada.

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